segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Boa leitura
Depois de um bom tempo sem postar nada, mais precisamente 5 meses de correria total tocando outros projetos não menos importantes que a cerveja, voltei a investir no meu conhecimento cervejeiro e venho postar sobre um livro que tenho lido e gostado muito. The Complete joy of Homebrewing 3 edição de Charlie Papazian.
Apesar de escrito em inglês, obviamente (não conheço versão em português), é um livro de fácil leitura em que o autor, entre um "Relax, have a homebrew" e outro te prende facilmente.
O livro é composto por quase 400 páginas, sendo dividido em basicamente 3 partes: Homebrew para Iniciantes, Intermediário e Avançado.
Para quem tem uma pequena noção do que é homebrew eu sugiro pular direto para a segunda parte, a intermediária, porque a primera parte é muito básica e não trata do homebrew "all grain"(feito com grãos de malte e não com o xarope de malte industrializado).
A segunda parte, a parte intermediária, também não fala do homebrew "all grain", mas dá uma boa explicação de outros processos, como por exemplo a fermentação, fala muito de 3 dos 4 elementos básicos utilizados em uma cerveja (malte, lúpulo e levedura) e fala também de alguns adjuntos e muita coisa que não temos no Brasil e que não é determinante para uma boa cerveja. Por isso é leitura indispensável para quem quer ler a terceira e última parte, Homebrew avançado.
A última parte do livro é, sem dúvida, a mais interessante, por se tratar do homebrew brasileiro, o "all grain" homebrew. Nela, temos a explicação do processo que pra mim é o mais importante e determinante no processo de fabricação de uma cerveja, a brassagem.
O autor cita os tipos de grão usados em uma brassagem, os tipos de enzimas presentes, a vantagem de se utilizar grãos modificados, minerais importantes e que devem estar presentes num processo de brassagem, mais adjuntos que podem ser usados em uma cerveja (inclusive a tapioca) e outras coisas de suma importância. Nessa parte, há um capítulo exclusivo para água, provando que é um item de extrema importância mas que um cervejeiro "intermediário" não precisa se preocupar tanto.
Muito do conhecimento adquirido já está sendo usado em uma apostila para homebrewers que estou desenvolvendo.
Altamente recomendado para todos que querem aperfeiçoar o conhecimento cervejeiro.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Parabéns pra nós!
Depois de 1 ano fazendo cerveja, ralando muito, errando muito e estudando muito, ficamos em 6º lugar no 1º Concurso Paulista de Cerveja Caseira, o primeiro concurso em que participamos.
Continuamos errando, poderiamos ter abusado um pouco mais do lúpulo e fazer um dry-hopping, mas os nossos concorrentes eram feras e um 6º lugar de 47 inscritos (30 e poucos chegaram a participar realmente) é uma excelente colocação.
Segundo os jurados, somente o primeiro colocado não cometeu erro nenhum, o que deu uma vasta vantagem sobre o segundo colocado. Daí por diante foi um bolo só e perdemos a quinta colocação por 2,5 pontos. Uma pena!
Pretendemos fazer a mesma receita mas abusando do lúpulo fuggle no final da fervura e muito provavelmente com um dry-hopping do mesmo.
Antes de terminar o post, claro, gostaria de agradecer aos organizadores pela excelente iniciativa e oportunidade de podermos mostrar o nosso empenho pelo mundo da cerveja.
Parabéns para os Homebrewers.
Parabéns para as microcervejarias.
Parabéns pra todos nós!
E que venha o concurso do ano que vem. Quem sabe a gente não chega pelo menos no pódio né?
Pra quem quer saber mais detalhes da classificação: http://blogs.estadao.com.br/bob/concurso-paulista-equilibrada-campea-tem-vantagem-folgada/
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Novas Calculadoras
Descobri nessa área um universo fantástico onde posso unir todas as coisas que eu mais gosto (área da saúde, cerveja, além da própria programação).
Como vocês podem ver, os meus primeiros passos já começaram a surgir aqui mesmo no blog. No menu ao lado eu disponibilizei algumas ferramentas para Home Brewers como a calculadora da gravidade inicial do mosto, a calculadora do teor alcoólico da cerveja que mostra o teor de álcool tanto por peso como por volume, e a calculadora de IBU que calcula tanto pela fórmula de Glenn Tinseth (GT) como pela fórmula de Jackie Rager (JR).
Pesquisei bastante as ferramentas utilizadas hoje em dia, alguns artigos de diversos pesquisadores e também a calculadora do Ricardo Rosa que, diga-se de passagem, está muito boa!
Para usar a calculadora da Gravidade, é necessário conhecer o malte que você está utilizando na sua brassagem. Normalmente é fácil conseguir os dados de cada malte com a importadora ou distribuidora, como o que consegui abaixo.
Dos dados mais técnicos, são necessários três: A porcentagem de extrato fino, a relação entre os extratos(fino e grosso) e a umidade presente no grão (lembre-se de colocar todos em porcentagem). Os outros dados são mais variáveis como, por exemplo, a quantidade de malte a ser utilizada(em kilograma), o volume final(em litros) e a eficiência da moagem e brassagem(em %). Não que os dados técnicos de cada grão sejam fixos. Muito pelo contrário, podem variar muito pouco de safra pra safra ou de malteação para malteação.
No exemplo do malte pilsen mostrado na imagem, a porcentagem de extrato fino seria de 81,5%, 1,5% de relação entre os extratos e 4,2% de umidade.
A calculadora de teor alcoólico não tem segredo. Basta colocar os valores obtidos da sua densidade inicial e final. Você pode usar até a gravidade inicial obtida na calculadora citada acima. Lembrando que todos os resultados finais sempre sairão nos campos com a borda vermelha de suas respectivas calculadoras.
A calculadora do IBU foi a que mais me deu dor de cabeça para fazer. Não pelos cálculos ou parte lógica, me deu trabalho mais pela parte gráfica que é interpretada de forma diferente entre os diferentes navegadores, tanto que ainda não consegui configurá-la quando acessada pelo Google Chrome pois acabei dando prioridade aos navegadores mais utilizados (IE e Firefox) que juntos dominam mais de 80% do mercado. É uma calculadora que também não tem muito segredo. Basta saber qual a porcentagem de ácidos alfa presentes (o que também varia muito pouco de safra para safra) e que também é facilmente adquirido com o fornecedor, a quantidade de lúpulo usada(em gramas), o tempo que o lúpulo foi submetido à fervura(em minutos), o volume final da cerveja(em litros) e a gravidade inicial do mosto na fervura. Para os campos de ácidos alfa, lúpulo e tempo de fervura, coloquei um campo a mais para uma possível segunda lúpulagem. Convenhamos que difícil é ter somente uma lupulagem, mas outro problema é que não cabe um terceiro campo, mas vocês podem somar os valores obtidos para chegar ao resultado final.
Espero ter sido claro nesse pequeno explicativo das novas ferramentas do blog e também espero algumas sugestões de melhoria.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Páreo duro!!!!!!!
Além disso, harmonizamos com uma bela tábua de frios (foto), mas hoje vamos falar da comparação mais acirrada dos últimos tempos. A batalha foi da Orval versus Skol. Como viajamos na semana passada, demos uma passadinha pelo Rei da Pamonha e compramos a especialidade da casa: O "líquido mais puro creme do milho", mais conhecido como Skol.
Ai vai...
Oval: Cerveja trapista muito complexa de espuma densa e persistente. Textura aveludada. Coloração ambar escuro. Carbonatação alta. No aroma e no sabor, malte (muito presente), caramelo, frutas (laranja principalmente), lupulo, pão, especiarias e medianamente amarga. É uma das trapistas com o melhor conjunto, diria ate que é uma cerveja rústica.
Skol: Cerveja para ser tomada muito gelada, pois é muito ruim. Cerveja ao gosto brasileiro. Coloração dourada translúcida. Creme pouco persistente e consistente. Aromas e sabores imperceptíveis. O final deixa um gosto desagradável na boca, além de milho e... ...mais milho.
Ainda estamos na dúvida de qual a melhor.
Ps.: Veja o carinho que tivemos com a lata de Skol ao serví-la
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Rótulo Disintegrators
Durante a nossa última brassagem, despendemos algum tempo desenvolvendo algo agressivo como a nossa cria, e o resultado vocês vêem abaixo:
Claro que, como bons Brasileiros, não podiamos deixar de fazer uma brincadeira com o nome do estilo.
domingo, 2 de maio de 2010
Encontro EAP
Tivemos a oportunidade de provar a Falke Vivre pour Vivre, que foi criada a partir de uma Tripel Monasterium que “estragou” por conta de fermentação lática e que os donos da Falke tiveram a iniciativa de transfomá-la em uma deliciosa Sour/Fruit Bier com adição de jaboticaba.
Além da grata surpresa da Falke, finalizamos a noite com a nossa surpresa, a Disintegrators citada em post anterior. Como já tínhamos degustado antes e ficamos surpreendidos, o nosso objetivo agora era deixar os confrades e amantes da cerveja também impressionados, e conseguimos. A nossa Disintegrators ficou sensacional!!!!!! Notas de chocolate, café e muito lúpulo, tudo com muito bem equilibrado. Que noite maravilhosa!
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Encontro - Emporio Alto dos Pinheiros
João, Guilherme, Paulo, Eu (Ricardo), Orlando e Isadora.
Mauro, João, Guilherme, Paulo, Eu (Ricardo), Orlando e Isadora.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Anderson Valley - Degustação
Vamos começar pela Barney Flats Oatmeal Stout:
domingo, 4 de abril de 2010
The Disintegrators
Vamos direto ao assunto, os ingredientes e suas quantidades para 25 litros de cerveja:
- 9,5kg de Malte Pilsen;
- 500g de Malte Chocolate;
- 100g de Lúpulo Halletauer Perle;
- 11,5g Fermento S04 - Safale;
- 600g de Rapadura.
A lupulagem ocorreu da seguinte forma:
- 30g a 60'
- 10g a 50'
- 10g a 40'
- 30g a 30'
- 10g a 20'
- 10g a 10'
Vocês repararam no título do post? Me digam, qual seria o melhor nome para uma cerveja desse porte, com 100 gramas, isso mesmo, CEM GRAMAS de lúpulo Perle de 8% AA e 10 kilos de malte para um total de 25 litros finais?
Fizemos a elaboração e a execução da receita ao som do CD Cryptic Writings do Megadeth, o que nos inspirou no nome. Sendo assim, a nossa borbulhante receita recebeu o nome da faixa 5 desse "encorpado" CD.
Domingo que vem engarrafaremos as meninas e depois de em torno de 21 dias desintegraremos nossas goelas. Aguardem por mais posts!!!!!!
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Flying Dog - Para quem é HopHead
Depois de quase um mês sem postar nada, venho compartilhar com vocês a nossa degustação das recém-chegadas Flying Dog, microcervejaria de Maryland (E.U.A) aberta em 1990.
A Flying Dog chama a atenção por seu sloogan "Good Beer. No shit"e seus rótulos originais, criados pelo artista/cartunista britânico Ralf Steadman. Enquanto os rótulos da grande maioria das cervejas tenta nos passar a impressão de medievais, artesanais e rústicas, a Flying Dog nos passa a impressão de arrojada, inovadora e moderna, o que realmente é.
Vamos começar pela Doggie Style - Classic Pale Ale:
Pale Ale bastante lupulada, lembrando até algumas English IPA, refrescante apesar de amarga. Coloração ambar, aspecto translúcido, e creme de média formação e duração. Aroma e sabor herbal predominante. Cerveja bem equilibrada mas não vale o custo-benefício.
Old Scratch - Amber Lager:
Muito lupulada por ser uma Amber Lager, porém, bastante equilibrada com o malte e seu sabor adocicado. De coloração âmbar (óbvio) e translúcida, sua espuma tem média formação e baixa duração.
Snake Dog - IPA:
No aroma e no sabor, essa IPA lembrou bastante a Pale Ale da própria Flying Dog, porém com um retrogosto extremamente amargo, fazendo jus a uma IPA. Cerveja tranlucida com creme branco de média formação e duração.
Gonzo - Imperial Porter:
Não é a toa que é uma das cervejas mais premiadas da Flying Dog. É uma cerveja SUCULENTA. Muito equilibrada e lupulada, o que a torna uma Porter com muita personalidade. Notas de café, chocolate, herbais, florais e cítricas. Tudo em uma Porter. Absolutamente preta, com um creme de alta formação e longa duração e bem maltada, características de uma Stout. Uma outra discussão da degustação foi com relação à sua descrição no rótulo: Eles a classificam como Imperial Porter, e no rótulo do pescoço da garrafa está classificada como Imperial Stout. Erro ou algo proposital, só para nos deixar na dúvida e assim "decidir" seu estilo?
Tire Bite - Golden Ale:
É a cerveja mais leve que degustamos da Flying Dog. Sua cor é bem dourada e tranlúcida, muito bonita. Aroma e lúpulos variados. No sabor percebe-se o malte, porém o lúpulo predomina, dando uma sensação de refrescância e um ótimo drinkability.
Double Dog - Double Pale Ale:
Cerveja EXTREMAMENTE complexa. Um soco na cara de lúpulo. Ao abrirmos a garrafa parecia que tinhamos aberto um "bag" daqueles de pellet de lúpulo. Notas de malte, biscoito, caramelo, alcool e levemente defumada.Início adocicado e maltado, seguido pela sensação de alcool e final amargo. Sem dúvida, essa cerveja de cor ambar, com espuma de alta formação e longa duração é uma das melhores de Flying Dog.
Horn Dog - Barley Wine:
Cerveja muito boa e forte. Sua coloração é avermelhada e escura, com espuma de alta formação e média duração. No aroma, presença de lúpulos, biscoito, caramelo e vinho do Porto. Na boca gosto adocicado e um toque de alcool. Finalmente uma Flying Dog com menos lúpulo. Uma boa Barley Wine e que faz jus ao estilo.
Road Dog - Porter
Uma porter sem ser totalmente negra como a sua "irmã" Gonzo, com leve amargor final e bem lupulada. Uma cerveja de excelente equilibrio e com creme de alta formação e duração. Aroma de café, chocolate e lúpulo. Na boca, sabor de café, chocolate, lúpulo, ervas, doce, amargo tostada e algo levemente azedo. Um mix de sabor e digo mais uma vez, bem equilibrada.
Kerberos - Tripel
É uma Tripel diferenciada. Não é tão frutada quanto uma Karmeliet ou uma Chimay. Outra cerveja bem equilibrada, que "esconde" os seus 8,5% de alcool no início com um toque de damasco e um final cítrico de lúpulos. Ainda preferimos a Tripel da Wäls, sem desmerecer a inovação da escola Americana.